Como Jesus orou
E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. (Mt 19.26)1. Vivemos em um universo que pode ser transformado
O que é mais precioso no Reino de Deus é a possibilidade de ver pessoas e circunstâncias sendo transformadas: a água sendo transformada em vinho em Caná, o vale de ossos secos se tornando um exército vivo, o filho da viúva de Naim tornando à vida, a filha de Jairo se levantando da morte. Enfim, o Reino dos Céus está sob a perspectiva da possibilidade de ver o impossível acontecer.
Cremos que, no Senhor, casamentos podem ser restaurados, filhos podem voltar aos caminhos dos pais e os pais aos caminhos dos filhos. Os jovens e crianças podem ser salvos desta geração adultera e má, sendo treinados e transformados para constituir novos lares que serão uma extensão da igreja. Trabalhamos a cada dia com a esperança de que nossa cidade pode ser conquistada para Cristo através das células. Igrejas de vencedores podem ser edificadas em cada cidade da nação, para a conquista desta geração. (Mt 17.20)
2. Quando Deus entra em ação
Há duas pessoas para as quais não há impossíveis na terra: Deus e aquele que crê. As pessoas e circunstâncias começam a ser transformadas quando Deus começa a agir.
Todavia, como vemos pelo testemunho do Senhor Jesus nos evangelhos, Ele somente entrou em ação em uma circunstância quando foi “levado” por alguém que clamou, pediu ou intercedeu. Precisamos ser daqueles que pedem e intercedem pela vontade de Deus sendo realizada na “terra como nos céus”.
Em uma igreja de vencedores, cada crente é um ministro, e a oração é uma das práticas mais consistentes de ministros que têm caminhado no caminho da maturidade. Uma de nossas pastoras certa vez disse algo que recebi como uma palavra de sabedoria para minha vida e ministério: “Orações respondidas são uma das principais marcas de maturidade cristã”.
3. Mestre, ensina-nos a orar
Esse foi o pedido de um dos discípulos de Jesus em um momento de discipulado. Certamente, ao observar esta prática e seu valor na vida de Jesus, eles perceberam que precisavam aprender aquilo que Jesus fazia com tanta constância e desenvoltura.
Podemos observar dois aspectos aqui: um é o fato de que precisamos aprender a orar, e o outro, que Jesus está interessado em nos ensinar a orar. (Lc 11.1-2)
4. Um modelo de oração
Aprendemos tanto com os salmistas ao ler suas orações, súplicas e intercessões! É como se estivéssemos com Davi, por exemplo, lá no templo ouvindo-o orar. A mesma experiência, ou ainda superior, temos quando lemos a oração de Jesus. É como se pudéssemos ouvi-Lo orando e saber os assuntos que Ele tratava com o Pai, Seus alvos e encargos do coração.
Duas advertências
Jesus nos adverte que o seu modelo de oração difere dos modelos existentes em sua época: dos judeus fariseus e dos gentios.
Os fariseus oravam para aparecer aos homens, enquanto nós devemos orar para que o Pai que vê em secreto venha recompensar. Aqueles estão com o foco nos homens, mas os vencedores têm seu foco no Pai que olha o coração.
Já os gentios oravam com vãs repetições, como ladainhas ou rezas sem conteúdo. Nós devemos orar seguindo os encargos do Espírito, segundo a vontade de Deus. (Mt 6. 5-8)
a. Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome
Jesus veio para revelar o Deus de Israel como o nosso Pai que está nos céus. Deus é, antes de tudo, o nosso Pai, aquele que nos gerou, criou, ama e cuida de nós. Devemos orar como filhos e não como bastardos ou escravos, mas como quem clama “Aba Pai”.
Tenho aprendido que uma das principais chaves para a vida cristã e para nos relacionarmos de forma eficiente com o nosso Deus é o senso de completa aceitação e amor. Saiba que, independentemente do que você faz ou deixa de fazer, é amado e aceito pelo Pai.
Todo filho fiel se importa com o nome de seu Pai. Queremos Seu nome sendo honrado, colocado acima de tudo e de todos. A oração de um vencedor será permeada de confiança de um filho que adora e exalta o nome de Jesus reconhecendo-o acima de tudo e todos.
b. Venha o Teu reino; faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu
Um filho de Deus tem o encargo de interceder pelo Reino de Seu Pai e Rei. Nosso desejo deve ser a vinda do Reino de Deus e o estabelecimento de Seu governo e Suas obras na terra.
É preciso que haja oração de intercessão para que a vontade de Deus, reservada nos céus, seja liberada em nossas casas, igrejas e nação. Vivemos em um tempo em que os crentes são estimulados a orar por seus próprios, interesses, desejos e sonhos. Todavia, em uma igreja de vencedores, aprendemos a orar pelo Reino e a vontade de Deus sendo realizada em sua vida e igreja como já foi estabelecida nos céus.
c. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
Há uma cena interessante narrada nos evangelhos por ocasião da multiplicação dos pães. Quando houve necessidade de pão, Jesus orou agradecendo ao Pai porque Ele sempre O ouve. Como já havia orado pela manhã sobre o “pão nosso de cada dia”, só precisava agradecer, pois o Pai supriria aquela necessidade.
Precisamos aprender a agir em harmonia com o que pedimos ao Pai, bem como precisamos aprender a pedir suprimento e socorro para nossas necessidades. Jesus jamais respondeu pedidos vagos, ou que não fossem fruto de fé e um desejo profundo. O princípio para obter respostas em suas orações é ter, antes mesmo da fé, um desejo definido segundo a vontade de Deus.
d. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores
A atitude de pedir perdão (arrependimento) e perdoar é básica na vida cristã. Somos o povo do perdão porque, antes, somos o povo que foi perdoado. O Pai não espera que sejamos perfeitos em nosso caminhar e em nossos procedimentos; todavia, espera que sejamos perfeitos em nossa atitude de nos arrepender e voltar atrás naquilo que ofendemos e falhamos.
Infelizmente, em nossos dias, há mais crentes que aprenderam a orar Elias – mandando cair fogo dos céus sobre os que o ofenderam –, do que com o Filho de Deus, dizendo “Pai perdoa-os”. Arrependimento diante de Deus e perdão diante dos homens devem permear nossas orações e clamores diante do Pai a cada dia.
e. Não nos deixes cair em tentação
Todo aquele que está em pé deve olhar para que não caia. Precisamos orar e pedir ao Pai livramento das tentações e fraquezas que o diabo articula para nos pegar e derrubar. Cada pecador já foi vencido e escravizado pelo diabo em alguma área.
Sendo assim, precisamos aprender a ser cuidadosos para que o diabo que está ao nosso derredor, bramindo como um leão, não venha nos tragar. É imprudência e falta de sabedoria não orar para Deus nos livrar das tentações e armadilhas do diabo, pois elas virão até nós e devemos vencê-las a cada dia, assim como Jesus venceu.
f. Mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!
O mal está aí e pode alcançar qualquer um em qualquer lugar. A maldade, o domínio das trevas e o poder do diabo já estão no mundo. Jesus deu testemunho de que o “príncipe deste mundo não tem nada nEle”. Este deve ser também o nosso testemunho. Precisamos orar para Deus nos guardar – a nós e aos nossos –, de acidentes, infortúnios, incidentes, prejuízo, roubo... Clamar a Deus por proteção a cada dia em que saímos de casa, viajamos e trabalhamos.
O mal, em último caso, está no desejo de todos os homens desde Adão: o reino, o poder e a glória. Por isso, os filhos de Deus devem aprender a terminar sua oração reconhecendo que todo o poder, o reino e a glória não estão nas mãos do seu chefe, pastor, nem daquele que tem mais dinheiro ou mesmo poder político. Antes, pertencem ao Pai e a Seu filho Jesus Cristo. Amém.
Compartilhando
1. O que nos leva a crer que vivemos em um universo que pode ser transformado?
2. Segundo o que aprendemos nos evangelhos, quando Deus entra em ação?
3. Mestre, ensina-nos a orar. Porque os discípulos pediram isto a Jesus?
4. A Oração do Pai nosso é um modelo ou uma reza? Fale a diferença entre ambos, abordando as duas advertências de Jesus.
5. Orando como Jesus orou.
a. O que significa orar “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome”?
b. “Venha o Teu reino; faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” Qual a diferença desta oração e a de muitos crentes de nossos dias?
c. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” contém alguns princípios de uma petição respondida. Quais?
d. ”Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” nos fala de um estilo de vida e da atitude dos filhos de Deus. Qual?
e. “Não nos deixes cair em tentação” é uma oração somente para novos na fé? O que nos faz necessitar desse clamor a cada dia?
f. “Mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” De que mal Jesus nos ensinou a pedir para que o Pai nos livrasse? E como devemos encerrar nossas orações?
Pr. José Carlos
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