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09 junho 2010

Acaso não vou beber o cálice que meu Pai me dá ?

Acaso não vou beber o cálice que o Pai me dá? 
Aí Simão Pedro tirou a espada e cortou a orelha direita de um homem chamado Malco, que era empregado do Grande Sacerdote. Então Jesus disse a Pedro: Guarde a espada! Você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o meu Pai me deu? (Jo 18.10-11)

Em nome do Senhor Jesus, que morreu para que nós possamos viver, queridos e redimidos irmãos:
Em algumas regiões da Europa e da Ásia existe uma planta nativa que apresenta um caule avermelhado e cachos de pequenas flores brancas. Em seu estado natural é bastante inocente. Mas quando processada produz um elemento altamente tóxico. Seu nome latino é conium maculatum mas é mais conhecida como cicuta. Este veneno era usado pelos antigos gregos como uma forma de execução. Os criminosos condenados à morte eram forçados a beber um cálice de uma poção amarga contendo cicuta. Pouco depois sofriam convulsões, paralisia e a morte. Em 399 a.C., o famoso filosofo Sócrates foi executado deste modo. Ele foi acusado de corromper a juventude de Atenas e, por isso, obrigado a tomar o copo de bebida amarga com cicuta e morrer em dolorosa agonia.
Depois, uns 430 anos mais tarde, outro homem famoso bebida um cálice amargo. Mas nesta ocasião havia a possibilidade de escolha. Por incrível que pareça, este homem não foi forçado a beber deste cálice, mas fez isso de livre vontade. E nesta ocasião também não havia nenhuma cicuta no cálice, mas algo ainda mais amargo. Era um cálice de imenso sofrimento e aflição – o cálice do ódio de Deus pelos pecados da humanidade. Foi Jesus Cristo quem bebeu esta poção. Nestes cultos de quaresma estamos meditando sobre frases famosas do período da paixão. Hoje o nosso tema é uma frase dita pelo próprio Senhor Jesus quando iniciava sua última caminhada rumo à cruz. Ele estava pronto para enfrentar o sofrimento, quando perguntou:
Você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o meu Pai me deu?
    1. É uma pergunta que Jesus fez a Pedro.
    2. É uma pergunta que Jesus faz a cada um de nós.
Vamos voltar, em nossos pensamentos, para os acontecimentos da quinta-feira santa à noite. A última ceia havia terminado e Jesus e os discípulos estão, mais uma vez, em seu local preferido de retiro, o Jardim do Getsemani. O lugar é iluminado pelas labaredas de tochas. Jesus e os discípulos são encontrados por um grande grupo de soldados, tendo Judas, o traidor, à sua frente. Esta é a hora deles, a hora do poder das trevas, como disse Jesus.
Poucas horas antes Pedro – o discípulo impetuoso – estava se vangloriando de sua grande coragem. Ele jurou que apoiaria Jesus e que jamais o deixaria, enfrentando a morte, se fosse preciso. Agora, evidentemente, decide que é hora de colocar suas palavras em ação. Vendo que Jesus estava para ser levado como prisioneiro, Pedro saca a sua espada e desfere golpes. Como às vezes acontece, um dos empregados do grande sacerdote, chamado Malco, está no lugar errado, na hora errada. Os golpes da espada de Pedro atingem a cabeça de Malco e cortam a sua orelha direita.
Eu gostaria de saber o que Pedro pensou que iria acontecer em seguida. Talvez tenha imaginado que o resto dos discípulos o seguiriam, encorajados pelo seu exemplo, e assim derrotariam os soldados. Talvez tenha pensado que Jesus mais uma vez derrubaria os soldados por terra, ou que o Senhor atingiria os soldados com uma forma de cegueira, permitindo assim uma ocasião para que todos fugissem. Mas, como Pedro deve ter ficado chocado ao ver que Jesus rapidamente estava falando com ele, não para louvar sua coragem, ...mas para reprovar sua ignorância: Guarde a espada! Você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o meu Pai me deu?
A pergunta de Jesus tencionava investigar Pedro. Era uma pergunta que assumia muitas outras perguntas: Pedro, você não sabe por que eu estou aqui? Você não sabe o que está acontecento? Eu gastei horas ensinando, e você ainda não entende o trabalho que vim realizar? Para o momento, Jesus cuidou do desastre curando, milagrosamente, a orelha de Malco. Mas a pergunta ficou no ar: Você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o meu Pai me deu? Pedro e os outros devem ter quebrado a cabeça, tentando entender o que estas palavras queriam dizer. Para nós elas estão claras como o dia. Nós sabemos, agora, o que elas significam.
O que Jesus enfrentou nas 24 horas que se seguiram foi um cálice muito, muito amargo mesmo. Ele sabia o que tinha pela frente. Indo, silenciosamente, com os soldados, Jesus estava se rendendo a um destino terrível. Sofreria abuso físico, seria forçado ao esgotamento, batido, açoitado, e enfrentaria o prolongado sofrimento da morte na cruz. Pior seria a sua agonia espiritual. Ele enfrentou uma agonia que nós só podemos imaginar. Ser inocente, e ainda assim, condenado; ser supremamente virtuoso, e ainda assim sofrer completamente humilhado. Naquele tempo, a maioria dos condenados era decapitado, evitando um sofrimento maior. Mas Jesus enfrentou a lenta morte na cruz, um tipo de execução só reservado para os piores criminosos. Esta vergonha ele também tinha predito aos seus discípulos: As Escrituras Sagradas dizem: Ele foi tratado como se fosse um criminoso. Eu afirmo a vocês que isso precisa acontecer comigo, pois o que está escrito a meu respeito tem de acontecer. (Lc 22.37). Muitas vezes uma experiência amarga pode ser tornada mais suave quando temos um ou mais amigos com quem reparti-la. Mas Jesus também não teve este conforto. Ele viu um dos discípulos o trair, outro o negar e o resto fugir com medo. Jesus cumpria a profecia de Isaías: Eu pisei as nações como quem pisa uvas no tanque, e não havia ninguém para me ajudar (IS 63.3). Realmente, o cálice que Jesus bebeu foi muito, mas muito amargo mesmo.
A pergunta de Jesus buscava respostas também. Respostas de Pedro e respostas nossas. O texto grego é muito enfático ao dar a razão porque Jesus beberia este cálice amargo: era um cálice que o Pai havia lhe dado. O próprio Deus queria que fosse assim. Desde que o homem cometeu o primeiro pecado este tinha sido o plano de Deus para a redenção da humanidade: matar seu Filho inocente em lugar dos pecadores, ou seja, eu e vocês. Perdoar nossos pecados matando seu Filho!
Quem poderia imaginar um plano tão audacioso?! Quem poderia conceber um plano tão amoroso que sacrifica um filho inocente em lugar de pecadores inimigos?
Muitas vezes vemos pais se lançando diante de carros para salvar seus filhos. Isso nós podemos entender. O que nós não conseguimos entender é como um pai pode lançar seu filho para a morte certa para salvar outra pessoa... Mas foi isso que aconteceu no Calvário. Esse, exatamente esse, era o plano de Deus! Sacrificar seu Filho para nos salvar. Esse era o motivo para que Jesus bebesse seu cálice amargo. Era seu Pai quem estava colocando este cálice em seus lábios. Pedro queria lutar contra isso, queria afastar Jesus da cruz. Mas Jesus lutou contra tudo que pudesse afastá-lo deste cálice. Por isso Ele disse a seus discípulos: Sinto agora uma grande aflição. O que é que eu vou dizer? Direi: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois foi para isso mesmo que eu vim. Pai, glorifica o teu nome! (Jo 12.27-28)
Jesus escolheu aceitar este cálice amargo de livre e expontânea vontade. A pergunta eu não beberei? Implica a resposta Sim, e claro que beberei! Eu tenho que beber este cálice. Ele tinha um objetivo específico em mente, e precisava atingir este objetivo. O autor da carta aos Hebreus nos recomenda: Continuemos com os nossos olhos fixos em Jesus, pois é dele que depende a nossa fé, desde o começo até o fim. Ele não deixou que a cruz o fizesse desistir. Ao contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus (Hb 12.2). Qual é esta alegria que lhe foi oferecida, e que o levou a aceitar o amargo cálice da cruz do Calvário? Meus amados: Jesus fez isso para por em nossos lábios o doce cálice da salvação, da vida eterna.
Perdão gratuito para todos os pecados, paz com Deus e vida eterna. Este é o cálice que Jesus oferece a cada um de nós. E o que Ele pede de retorno? Apenas que você aceite este presente em fé e gratidão – o que parece não ser muito, não é mesmo? Mas é muito para muitas pessoas. Milhões de brasileiros, inclusive muitos de Campo Largo, acham muito aceitar o presente que Deus oferece em Cristo. Para eles a cruz é pedra de tropeço, bobagem; o Evangelho é considerado um conto de fadas, bom para crianças que não entendem nada e para velhos que não têm o que fazer. Eles preferem servir outros deuses, como o deus dinheiro ou os cada vez mais populares deus-prazer e deus-entretenimento. Alguns ainda se fazem em deuses e querem ganhar o céu com seus próprios esforços, como uma recompensa porque foram bons.
Mas nós não vamos nos deixar iludir por estes falsos deuses ou por qualquer outro. Jesus é o nosso Senhor, e Ele nos disse: eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.. Na Cruz ele tomou todo o cálice amargo do sofrimento por causa dos nossos pecados. Cálice que nós deveríamos beber. Agora, ao invés deste cálice difícil de ser bebido, Cristo nos oferece aquele outro, muito mais doce. E o melhor é que é totalmente grátis e é também para você, meu irmão, minha irmã... é o cálice da vida eterna em Cristo.
Recordem sempre o que o próprio Jesus disse ao começar sua derradeira caminhada rumo ao Calvário. Nós também podemos aplicar a pergunta de Jesus a nós mesmos: acaso eu não beberei do cálice que o Senhor Jesus me deu? Sim! É claro que sim! O cálice que Jesus nos oferece é imensamente suave e agradável de beber. Na cruz de Cristo nós achamos a doce e graciosa oferta da salvação. É uma oferta que é muito boa para todos nós e para todos os seres humanos. Alegremente vamos responder do mesmo modo como o salmista respondeu: Que eu posso oferecer a Deus por tudo o que ele me tem dado? Levarei ao Eterno uma oferta de vinho, para agradecer-lhe porque me salvou (Sl 116.12). Amém

Um comentário:

  1. Uma pura grande verdade que já lei belíssimo texto que nos trás a redenção do cálice que deveríamos bebê constantemente até a volta de Cristo.Que honra! Parabéns

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